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A lua girou

Foto do escritor: Susan DuarteSusan Duarte

Se o destino de uma roda é girar, o de uma roda viva consiste em carregar - seja o destino, a roseira, a viola, a saudade, pra lá.


Um pra lá bem longe, muito longe, além do reino de tão-tão distante, lá onde os olhos não veem e o coração não alcança.


Pouco sei de astrologia. Da minha senciência, porém, eu já muito angariei até aqui. O eclipse pode estar ocorrendo na lua, mas seu efeito é demasiado humano. A grande roda azul, o Planeta Terra, nesta terça girou diferente, e mais!, não só girou - carregou e arrastou consigo o que bem quis levar.


Mas tudo passa. O eclipse também passará. Eu, passarinha, ao voar lá de cima, só sei pensar que é difícil saber o que fica, o que sobra. Talvez um novo começo, um outro amanhã, um sim, um não, talvez apenas um grande talvez.

Círculos em um círculo. Kandinsky, 1923.
Círculos em um círculo. Kandinsky, 1923.

"Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu.

A gente estancou de repente ou foi o mundo então que cresceu."

Chico Buarque.


Nesse caso, Chico, foi a lua que cresceu tanto, e a gente que reduziu muito.

A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá.


Feito círculos em um círculo, a lua me ensinou que girar é inevitável. Ainda assim, atrevo-me a manter minha voz ativa, comandar o meu destino - pois que até vou, de arrasto, mas faço hora, vou na minha valsa, e cantando.


A roda viva da vida girou e carregou o destino pra lá.


Até sempre,

Susan Duarte

Ceo & Founder Zeitgeist iD | A sua marca no espírito da época.

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