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A nossa sorte

Foto do escritor: Susan DuarteSusan Duarte

Atualizado: 30 de out. de 2022

Trevo é o símbolo universal da sorte.

Trevos normais tem 3 folhas. Os especiais 4, a expressão da sorte maximizada. O nosso trevo, porém, tem 5 folhas e é tão verde quanto os teus olhos.


Quando eu penso na gente é só isto que eu consigo exclamar:

Que sorte a nossa!

Mas quando eu penso na gente eu não quero que só a sorte seja nossa. Ela por si só já bastaria. Ainda assim, o manifesto da minha vontade vai além-mar: eu quero que tudo seja nosso. Tudo tão nós e invariavelmente nosso.


Pra sorte ser nossa, o azar também. As soluções, os problemas. Os altos, os baixos. Os dias, as noites. As bad e as good vibes. As luzes, as sombras. As brigas, as pazes. Os jantares, os almoços. As férias, prazos, trabalhos, projetos. As contas, impostos, investimentos, obrigações, sacrifícios. As alegrias, cansaços, risadas, as (tuas) piadas. As renúncias, certezas, dúvidas. O caos, a ordem. A evolução, a inércia. Os picos, os vales. A fé, a descrença. A esperança, o fracasso. A humildade, o sucesso. Os vícios, as virtudes. Os planos, a falta de planos. Os acertos, os erros. Os arrependimentos, os méritos. As verdades, as ilusões. As ignorâncias, as mentiras. Os acordos, as discordâncias. Os impossíveis, o nosso possível. Pra vida ser nossa, muito além da sorte. E tudo o mais que couber nelas - na sorte, na vida. Venha o que vier: sendo nosso, pra mim, pra nós, é a felicidade.

Eu sempre tive medo de trocar a primeira do singular pela primeira do plural. Mas quando eu digo nosso a única coisa que eu sinto é coragem. Uma coragem muito louca e muito serena. Louca porque é forte. Serena porque é certa. Certa de que, contigo, com a gente, a primeira do plural, outrora temida, passou a ser a melhor pessoa no verbo da vida. Uma vida que só por ser nossa já é o meu melhor possível.

Contigo, comigo, de posse e pronúncia deste poderoso nós que transforma tudo em nosso, eu até me esqueço de que o medo existe. Com esse trevo de cinco folhas, juro, encaro o que vier, sem drama, peito aberto, coração disposto. Só não quero a nossa ausência. Isso não. Com a nossa presença eu posso lidar. Com a nossa ausência eu já lidei, e por isso mesmo decidi ficar. Porque amar é isto: é quando a gente para de ir embora, para de voltar, porque decidiu, finalmente, permanecer. É cancelar as medidas, alternativas, abandonar expectativas. É quando juntos é o único caminho.

O caminho possível.

E até ele eu quero denominar assim - que seja o nosso caminho.

Sublime amor, Liu Kojima, 2011.
Sublime amor, Liu Kojima, 2011.

Dia desses, no fuso-horário nosso de cada dia, eu tomando café da tarde, ele fazendo chá pra dormir - haja disposição neste hemisfério game temporário, God save the video call - até que ele diz assim: Olha, Su, esta é a nossa nova colherzinha de chá.


Pausa: um minuto de silêncio, por favor.

Beninas que me leem, sei que vocês sabem que isto não é uma hipérbole: sublimei o estado da matéria em segundos!

Hahaha.

Simplesmente, só me coube concordar: É mesmo, amor. E exclamar: É a colher de chá mais linda que eu já vi na vida!


A mais linda só porque é nossa.


Até sempre,

Susan Duarte

Ceo & Founder Zeitgeist iD | A sua marca no espírito da época.

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