O deserto que atravessei, ninguém me viu passar.
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Eu atravessei um deserto que parecia não ter fim. Enfrentei os monstros debaixo da cama, o bicho-papão de dentro do guarda-roupa e, até o demônio do meio-dia. Mas de todas essas batalhas, a mais inglória, era encarar, noite sim, dia também, futuro afora, a nossa ausência.
E nesse tempo, nas noites de domingo, curiosamente, a tua ausência, aquela distância non grata, se fazia ainda mais presente. Hoje é noite de domingo. E enquanto escrevo, percebo tudo aquilo que eu nem sabia, mas que queria (muito) dizer.
Aprendi na Itália que coragem significa agir com o coração. Sobre o meu, eu te asseguro: ele jamais se dilatou tanto como agora. O milagre dos teus olhos verdes olhando, outra vez, nos meus, me faz olhar para a vida com uma espécie de coragem que eu desconhecia, provida de olhos que sabem ver com o coração. Estranha e só, nem pude ver, que o céu é maior, canta a Zélia. Não podia. Mas com a nossa presença, eu voltei a ver. Agora, é cristalino o que vejo:
O nosso céu é maior.
Bem maior. Porque é nosso.
Até sempre,
Susan
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Susan Duarte©Copyright 2022.
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