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Lua branca

Foto do escritor: Susan DuarteSusan Duarte

Atualizado: 10 de fev. de 2023

Domingo passado, 15 de maio, da minha janela, pude assistir ao eclipse lunar.

Fiquei tão fascinada por tal fenômeno que, hoje, trago a delicadeza da Lua Branca, em seus mistérios, fulgores e encanto.


Para degustar

No meu café, harmonizei um Buenos Aires Lungo Nespresso com dois damascos secos. O paladar adocicado dos damascos com as notas de cereais do café me fazem até sorrir enquanto escrevo.

Para apreciar

Sempre achei, por somente dessa forma ouvir, que o verbo nascer fosse privilégio da estrela solar - o famoso nascer e o pôr do sol; nesse último, inclusive, até palmas e celebrações ele recebe. Justo. O sol nos ilumina, aquece; é detentor da magia de alumiar uma noite escura com raios de esperança.


Van Gogh, pós impressionista e inovador por natureza, resolveu inovar, intitulando a sua obra dos Montes de feno ao nascer, veja só, não do sol, mas dela, da Lua. Ainda lembro do meu espanto na primeira vez em que vi essa obra e sua curiosa expressão - nascer da lua. Naquela mesma noite, quando olhei pra lua, já aderi a surpreendente denominação de Vincent:

Afinal, a lua também nasce, guardei pra mim.
Montes de feno ao nascer da Lua.
Montes de feno ao nascer da Lua, Van Gogh 1889.

Para ouvir

Conheci a canção Lua branca ainda criança, nos meus primeiros acordes ao piano, quando estava a recém no Livro 1 do Hanon. Das graças que tive na vida, após alguns anos de estudo diligente ao piano, alcancei o feito de tocar essa canção. Depois dela, nunca mais olhei pra lua com os olhos de antes.

Francisca, compositora e pianista brasileira.
Francisca, compositora e pianista brasileira.

A mesma compositora que sob o sol do carnaval cantava Ô Abre alas, que eu quero passar, em noite calma e constelada rezou à Lua Branca por compaixão. Assim somos todos nós, humanos, feitos de contrários - ora sol e lua, dia e noite, luz e sombra, entusiasmados e entristecidos.


Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935), carioca, para os íntimos Chiquinha, em 1912 compôs a magnífica canção Lua Branca. Chiquinha foi mulher, pianista e pioneira, abrindo alas e possibilidades novas às mulheres de seu tempo.


Em tempos de debate à Lei Rouanet no Brasil, deixo minha singela homenagem a essa grande artista brasileira que, com lei ou sem lei, soube fazer de seu ofício a sua arte, permanecendo em nossos corações para todo sempre.

A cada vez que ouço essa canção, gosto de imaginar que a lua é capaz de ouvir o nosso canto. Cá entre nós, acredito também que o sol se derrete todo ao receber nossas palmas e sorrisos.

Feito Chiquinha, essa noite, rezarei à Lua.

Dá-me o luar de tua compaixão

Oh, vem, por Deus, iluminar meu coração.


Talvez por isso tenha Deus criado duas estrelas - o nascer do sol e o nascer da lua. Porque, afinal, haja luz para enternecer os corações humanos...


Que nasça a Lua! Que nasça o Sol!

Nunca é demais.


Até sempre,

Susan Duarte

Ceo & Founder Zeitgeist iD | A sua marca no espírito da época.

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POOL DE REFERÊNCIAS

  1. Café Nespresso Buenos Aires Lungo.

  2. Canção Lua Branca de Chiquinha Gonzaga, 1912.

  3. Marchinha de Carnaval, Ô Abre alas, da mesma compositora.

  4. Obra de Van Gogh https://amzn.to/3sPtpky

 

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