Algumas pessoas dançam.
E há outros, insanos, que não escutam a música.
A dança mora na alma de cada um, é um outro jeito nosso de tocar o céu.
Quase toda menina, na infância, encanta-se com a la magie que o ballet exala. Aquela atmosfera de tutus, sapatilhas, tudo cor de rosa, coques, maquiagem, palco, luzes, aplausos é irresistível. Envelhecida a novidade, o outro lado se revela: compromissos, ensaios, disciplina, garra, uma perseverança desumana, dor, dor e mais dor, repetição, repetição e mais repetição - e, é claro, dedos tortos ao final.
Para apreciar
Mesmo assim, eu me apaixonei pela dança por sua leveza.

Leveza essa capturada divinamente pelas lentes da fotógrafa russa Makeeva. Ainda me lembro de minha perplexidade, quando vi a série de bailarinas que ela havia fotografado, no maior lago do mundo. Em suas imagens, capturou nuances, emoções e expressões que só uma bailarina apaixonada conhece.
A bailarina enfrenta o sofrimento, a dor, de modo gracioso. Com leveza, ela vai rodopiando pelas dificuldades, minimizando, assim, o desgaste. O envolvimento é tal que, em dado momento, o corpo, a exaustão, a dúvida, o peso, tudo e todos desaparecem, tal como ela - e nesse sublime instante, ela simplesmente dança.
Contudo, uma bailarina não se basta em sua dança. O auge de sua carreira ou o seu maior sonho de menina é sempre o pas de deux. Até as bailarinas, em toda sua plenitude, reconhecem: há um momento, na vida e na dança, que não faz mais sentido rodopiar no palco sozinha.
Para refletir
"Algumas pessoas nascem para sentarem na beira do rio.
Algumas são atingidas por raios. Algumas tem ouvido para música.
Algumas são artistas. Algumas nadam. Algumas entendem de botões.
Algumas conhecem Shakespeare. Algumas são mães.
E algumas pessoas...dançam."
Scott Fitzgerald, em Benjamin Button.
"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música."
Friedrich Nietzsche.
Para ouvir (e dançar, se quiser)
Tiny Dancer in my hand.
O ballet encerra em si a flexibilidade e a rigidez, a delicadeza e a força. Nele, os contrastes coexistem. Na vida e na dança, para ser flexível, não se engane, é preciso ser muito forte.
E tal como a Tiny Dancer, sustentar a fortaleza com graça e sutileza.
Particularmente, creio que preciso resgatar as minhas sapatilhas, a ver se a bailarina menina ensina a mulher, outra vez, a dançar no compasso da vida.
De agora em diante, com mais leveza.
Até sempre,
Susan Duarte
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